LINGUAGENS NA CONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO: SIGNOS IDEOLÓGICOS, POLIFÔNICOS E VIVENCIAIS?

Autores

  • Ana Maria Lourenço de Azevedo

Resumo

Este trabalho tem como base as reflexões iniciais que desenvolvemos para a dissertação de mestrado em educação da UFS, e resulta de uma pesquisa de abordagem qualitativa que desenvolvemos com educadores da Rede Pública Municipal de Aracaju. Neste artigo objetivo identificar e discutir a função da linguagem no processo de alfabetização. È por meio da linguagem que o homem expressa sua visão de mundo, seu pensamento a respeito de suas próprias experiências. Assim a alfabetização constitui-se em um processo de profundo significado crítico sobre a linguagem, sendo a palavra o signo mediador. Para delimitar o campo que priorizamos para análise, fizemos uso das ferramentas analíticas do pensamento dos teóricos Bakhtin (1989) e Vygotsky (1987) Em suas teorizações uma característica marcante é a concepção de linguagem como um espaço de recuperação do sujeito como um ser histórico e social. Tendo como referenciais a linguagem e as bases teóricas do materialismo histórico e dialético conduziram uma reflexão crítica ao positivismo e ao dogmatismo presentes nas principais correntes marxistas de sua época, contribuindo para preservar o elemento crítico do pensamento marxista. O texto está norteado por uma inquietação: Qual a função da linguagem no processo de alfabetização? A concepção dialógica que fundamenta esse texto adota como pressuposto básico que o homem assim como a linguagem são produções históricas e sociais e que a palavra, considerada signo ideológico carrega toda a complexidade das determinações sociais que a produziram e desse modo a relação dialógica constituída em sala de aula entre professor-aluno estabelece permanentemente um espaço de conflitos e de poder, pois implica na aceitação da palavra e da contra-palavra do outro.

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Publicado

2013-11-26